Prédio de
antigo Hotel Savanah dará lugar a faculdade
Abandonado
há 21 anos, o prédio que abrigou um dos mais tradicionais hotéis de Fortaleza
agora será espaço da Faculdade Maurício de Nassau. A edificação será mantida,
mas passará por reforma. Ocupação é vista como positiva por quem viveu os anos
áureos do local
EVILÁZIO
BEZERRa
A torre de apartamentos
está fechada desde 1992, quando o Hotel Savanah foi à falência
Duas décadas ao léu para finalmente
ter seus andares ocupados novamente. A imponente edificação que ajuda a
emoldurar a Praça do Ferreira, no Centro de Fortaleza, já foi um dos mais
tradicionais e luxuosos hotéis da cidade. Vinte e um anos após a falência e o
consequente abandono, o prédio passará por grande reforma no interior para dar
lugar a mais uma sede da Faculdade Maurício de Nassau.
A informação, adiantada com
exclusividade na coluna do jornalista Alan Neto, na edição do O POVO do último
domingo, foi confirmada ontem pela direção do Grupo Ser Educacional, a que
pertence a faculdade. “O grupo alugou o Hotel Savanah por 20 anos e lá
funcionará uma nova unidade da Faculdade Maurício de Nassau”, afirma, por
e-mail, o diretor executivo do grupo, Jânio Diniz.
Segundo ele, o prédio será totalmente
reformado internamente pelo proprietário (a família Jereissati), mas será
mantida a fachada original. “As obras começarão ainda neste semestre e devem
ficar prontas até o fim de 2013. Esperamos estar em funcionamento no primeiro
semestre de 2014”, informa Jânio Diniz.
No térreo e primeiro andar do prédio,
funciona a varejista Casas Bahia, que continuará lá. A faculdade ocupará os
demais 12 andares, que serão transformados em salas de aula e laboratórios.
Ainda não foram definidos quais os cursos e turnos que a instituição oferecerá.
“Nosso projeto é voltado para atender as demandas de mercado, então,
aguardaremos os resultados das pesquisas para ver em quais áreas Fortaleza tem
necessidade de profissionais qualificados”, diz.
Memória
Ah, quem não lembra o glamour que era
a Praça do Ferreira em épocas em que o hotel era hospedagem de gente rica e
influente que passava por cá! “Já vi de Pelé a presidente da ditadura
brasileira entrar aí. Só circulava gente importante”, rememora Francisco
Paixão, que há 50 anos trabalha numa banca de revistas, na Praça do Ferreira.
Paixão começou lá, no Centro, logo
quando o Hotel Savanah foi inaugurado, em 1963. Viu também o glamoroso hotel ir
à falência em 1992 - “culpa da Beira Mar”, diz. Hoje, levanta as mãos aos céus
e o olhar ao imponente prédio, dando graças a Deus por finalmente ocuparem essa
“belezura” da história da Cidade.
“Ocupar o prédio já é um passo dado
para a revitalização do Centro. A faculdade será bem-vinda”, festeja. Quem já
morou no hotel concorda. Filho do gerente do antigo Savanah, Thiago Jorge, 28,
morou no 12º andar do hotel. “Foram quatro anos brincando pelos corredores, de
1989 a 1992. Como nos lamentávamos pelo prédio ter virado bingo e depois ter
sido abandonado. Que bom que o Savanah terá um destino feliz”, avalia.
ENTENDA
A NOTÍCIA
A ocupação do prédio do antigo Hotel
Savanah, mesmo fora de um projeto maior de Governo, endossa ações de
revitalização do Centro. A tendência de ocupar prédios históricos tem se
pronunciado já, por exemplo, com a instalação da Secult no prédio do Cine São
Luiz, na Praça do Ferreira.
Saiba
mais
O Hotel Savanah foi construído pelo
empresário Carlos Jereissati e administrada pelo grupo da família. São 10
suítes e 128 apartamentos distribuídos em 13 andares.
Em 2007, o Governo do Estado
demonstrou intenção de revitalizar os prédios do Savanah Hotel e o Excelsior
Hotel, também na Praça do Ferreira, mas nada foi consolidado. Em 2010, foi a
vez da Prefeitura propor fazer do prédio Savanah a sede da Secretaria de
Finanças e da Procuradoria Geral do Município. Iniciativas que não saíram do
papel. A Prefeitura diz que ainda está elaborando projeto de revitalização do
Centro.
Fonte: OPovo Online
Buscando revitalizar o Centro da Cidade, a Prefeitura Municipal de Fortaleza objetiva planejar a reocupação de espaços abandonados, destinando a eles uma função. Pelo caso do Hotel Savanah, observa-se que nenhuma construção será desprezada. É preciso definir estratégias que evitem tornar esquecidos os ambientes que um dia fizeram história, razão pela qual ações vêm sendo praticadas no intuito de viabilizar esse propósito estabelecido.
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