Vale Cultura
entra em vigor no meio do ano, diz Marta Suplicy
BENEFÍCIo
A ministra da Cultura, Marta
Suplicy, anunciou nesta segunda-feira que o Vale Cultura, que será
regulamentado no fim deste mês, será cumulativo e deve estar pronto para operar
a partir de junho ou julho. Segundo ela, o trabalhador que tiver o "cartão
pré-pago" do Vale Cultura poderá abrir mão de utilizar o benefício em um
determinado mês e gastá-lo futuramente sem que ele expire. "O benefício em
termos culturais do Vale Cultura vai ser muito grande."
Marta Suplicy apresentou nesta
tarde o projeto para empresários paulistas na Federação do Comércio de Bens,
Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). A ministra também
anunciou que vai percorrer o País para angariar adesões ao Vale Cultura.
"Estou pensando em fazer o périplo talvez de forma mais
institucional", afirmou.
O Vale Cultura segue o modelo do
Vale Alimentação, no qual o trabalhador receberá um benefício de R$ 50 para
gastar com atividades culturais - 10% deste valor será abatido da folha
salarial. O projeto prioriza quem ganha até cinco salários mínimos, e as
empresas tributadas com base em lucro real que aderirem ao projeto receberão um
abatimento no imposto de renda de 1%. Já os trabalhadores que recebem mais de
cinco salários mínimos terão um desconto na folha de pagamento superior a 10%,
escalonado conforme a faixa salarial.
O Ministério da Cultura trabalha
com uma base de 18,8 milhões de trabalhadores que seriam beneficiados com o
projeto. Inicialmente, todas as estatais vão aderir ao Vale Cultura, de acordo
com a ministra. A expectativa do governo é de que o programa injete R$ 11
bilhões na cadeia produtiva cultural. Estima-se que a renúncia fiscal no
primeiro ano supere os R$ 500 milhões.
Jeito
Marta de ser
Marta Suplicy disse que ainda é
uma incógnita para o ministério de que forma os trabalhadores deverão utilizar
o benefício, que pode ser empregado tanto na compra de ingressos para shows
quanto para a compra de livros. "Nós não sabemos bem onde as pessoas vão
consumir. É uma coisa muito nova para todos", comentou.
No fim do encontro com os
empresários, a ministra se incomodou com uma pergunta de um conselheiro do
Serviço Social do Comércio (Sesc), que reivindicou que a programação da TV Sesc
seja classificada pela Agência Nacional do Cinema (Ancine) como conteúdo
brasileiro qualificado, o que permitiria que fosse distribuída pelas operadoras
de TV a cabo sem custo. "Está muito certo a Ancine não financiar",
rebateu a ministra. Ao sair, o diretor regional do Sesc, Danilo Miranda,
relevou a irritação da ministra. "É o jeito Marta de ser", brincou.
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