Trata-se da intervenção urbana O JARDIM DAS FLORES DE PLÁSTICO | ATO 3: POR BAIXO DO SACO PRETO, projeto financiado pela PETROBRAS
Cartaz divulgacional |
e que tem ocupado as ruas da cidade discutindo o genocídio da juventude negra das periferias. O projeto finaliza as suas ações nesse final de semana em Fortaleza, com apresentações amanhã e sábado, na Granja Lisboa e no Bom Jardim, seguindo viagem para São Luis- MA. Realizado pelo Nóis de Teatro, o trabalho é o único projeto cearense vencedor do 3º PREMIO NACIONAL DE EXPRESSÕES CULTURAIS AFRO-BRASILEIRAS.
Fotos de Eduardo Magalhães
NÓIS
DE TEATRO
O Nóis de Teatro é um grupo de
teatro de rua existente desde 2002 na periferia de Fortaleza - Ce. Nesses 13
anos, o grupo resiste em sua comunidade desenvolvendo projetos culturais no
Território de Paz do Grande Bom Jardim tornando-se referência nacional de
trabalho artístico desenvolvido em periferia.
Composto por artistas e ativistas em sua maioria
negros, o Nóis carrega ampla experiência estética de luta social onde, a partir
do olhar sobre a periferia da cidade, constrói uma relevante ação cultural no
estado. A pesquisa estética do grupo tem como matriz um olhar político sobre a
sociedade, apoiando-se na poética democrática dos espaços públicos como lugar
de encenação e descobertas. As vertentes do Teatro do Oprimido e do Teatro
Épico Dialético e suas interfaces com a performance do ator de rua tem sido o
mote para a sua construção poética, refletida no seu atual repertório de espetáculos:
“A Granja”, “Sertão.doc”,
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Assim
como no carnaval, os cortejos seguem pelas ruas do bairro, fazendo paradas,
pequenas estações até seu ponto final. Rostos com negrume marcam a curiosidade
de quem vê a morte como show, veiculado na TV ou em celulares. Misturando cenas
caóticas, parecendo propagandas de TV e cenas de realidade/ sonho/ pesadelo,
marcamos com nossa arte cada estação encenada. Pernas de pau dão a grandeza
alegórica da nossa história, de nossa periferia. A mãe, a fofoqueira, os
curiosos por mais uma morte, tudo vem para mostrar aquilo que temos, aquilo que
somos ou poderemos ser. O Homem de Branco é nosso inimigo. O Homem de Branco é
nosso inimigo?
Dentro
da periferia, quais ruas não têm seu chão marcado de sangue lavadas pelo tempo
e pela memória? A banalidade vai deixando de lado a pergunta: O que há por
baixo do saco preto? Dentro das grandes cidades, onde está o mapa matável? A
tv, os jornais e a mídia já revelam. A bala só se perde na periferia. A bala
perdida só acerta o pobre. O pobre atingido sempre é negro. Cartas marcadas,
histórias que se repetem.
Essas
histórias se fazem presentes no “O Jardim das Flores de Plástico”, nesse
cortejo quase fúnebre. São seis estações. Brincando de nascer e morrer, cada
cena se resolve, mas todas elas juntas mostram a cara da nossa favela.
Investigando a peculiaridade de cada espaço, a cena se adequa para novas ruas.
E tudo isso para refletirmos: O que há embaixo do saco preto?
Para a montagem do ato 3: “Por
Baixo do Saco Preto”, o Nóis contou também com a participação especial de
artistas integrantes dos grupos Teruá e Coletivo de Culturas Juvenis, ambos também
atuantes nas periferias da cidade.
FICHA
TÉCNICA
Texto: Criação Coletiva
Direção: Altemar Di Monteiro
Elenco: Kelly Enne Saldanha,
Henrique Gonzaga, Doroteia Ferreira, Jefferson Saldanha, Bruno Sodré, Gil de
Souza, Jonas de Jesus, Gleilton Silva e Angélica Freire
Apoio: Nayana Santos, Amanda
Freire e Edna Freire
Figurino: Valne Lima
Fotografia: Altemar Di Monteiro
Confeção de Figurinos: Dona Mazé
Adereços e Maquiagem: O Grupo
Produção: Nóis de Teatro
SERVIÇO (AGENDA CULTURAL)
22 de maio, sexta-feira, 16h30,
pelas Ruas da Granja Lisboa
23 de maio, sábado, 18h, pelas
Ruas do Bom Jardim – Fortaleza
29 de maio, sexta-feira, 17h
pelas Ruas do Centro de São Luis - Ma
30 de maio, sábado, 8h pelas Ruas
do Fé em Deus – São Luis - Ma
Fonte:
Por Altemar Di Monteiro
Kelly Enne Saldanha
Produção Nóis de Teatro
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